Eu estava na fila e uma garota qualquer estava à minha frente. Ela se mexia, quase freneticamente e, na verdade, só me chamou a atenção por causa disso. Era comum, vestia-se como os manequins ambulantes das ruas. Era como o verde na grama - nada interessante.
Até que, num ínterim quase surreal, - e entre uma sacudidela e outra - percebo algo que salta de sua bolsa idiossincrática.
Era uma foto 3 X 4, creio eu.
Mas, para a surpresa do cara que eu sempre costumei ser, não lhe avisei. Tampouco me agachei.
Fiquei lá apenas. Vendo a Senhorita Louis Vuitton estrebuchar-se aqui, um cara solitário a olhar derrières à esquerda e o atendente do caixa tratar todos com rara simpatia acolá.
Esse era o Grande e Limitado Mundo ali, naquele instante daquela noite de experimentações. Nada de interessante para todos na praça de alimentação da universidade, - que poderia ser confundida com um shopping ou pista de amamentação do ego - mas para mim, sim. Eu negara o cavalheirismo tão comum de minha parte e percebia que aquilo era digno de uma casta que poderíamos chamar de 'Observadores'.
Não, eu não falo de quem nota uma moeda descrever um arco e ir cair embaixo de uma mesa. Eu falo do ser que entra na multidão e se dá conta que também é ela, que é parte dela.
E, assim, a capta, a devora.
Mas não só vê, percebe, ou abraça. Vê-se ela e percebe-se nela. Ali estão todas as respostas.
Ah! E a garota?
Bom, ela perdeu seu pertence sob os pés dos transeuntes jovens e ávidos por algo que eu ainda não aprendi a gostar. Eu escolhi não falar-lhe e não me arrependo totalmente disso, pois numa dessas nos redescobrimos por inteiro.
2 comentários:
Boom entrei aqui para ver uma postagem nova, mais sei que por falta de tempo ta dificil fazer isto ! Estou a espera e na ansia de ver novos posts =D ! Abraçaao le !
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