
A bandeira rota não me engana. Pregada na parede como um mártir, ela simboliza algo inominável e inatingível.
A revolução em si fica para depois. O que importa é ter a metralhadora-opinião apontada contra tudo.
As bandeiras erguidas, as canções entoadas e as ideias abraçadas são objetos kitsch no panteão das vaidades. Vive-se a sensação de ter em mãos um presente vibrante e um futuro brilhante, mas busca-se pouco a desordem fértil de nada saber.
Enquanto a vida não chega e todos repetem que bom mesmo é curtir agora, acumulam-se histórias. Mais tarde, todos sabem, chegará o momento de repeti-las à exaustão.
A voz inflamada e as paixões vividas são usurpadas até o último segundo de juventude. Diz-se loucuras, jura-se amores e, no fim, o mundo termina sem cores.
Pois, mais tarde, chega ahora de recriar nas crias a mesma permissão vã de regozijo apressado e desmedido.
É o triste fim anunciado, outra vez.
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