A gripe no rebanho suíno

Circula por aí a informação de que mais de 600 pessoas morreram infectadas com a nova gripe em Campinas. Segundo consta, o número oficial só não é maior porque alguns casos foram mantidos apenas como suspeita e a Secretaria de Saúde da cidade tem encoberto a maioria dos casos para não gerar pânico.
A informação é veiculada principalmente pelo boca a boca, mas também já chega por e-mails e utiliza como fontes os parentes que trabalham na área de saúde e educação. Quem repassa a 'notícia' garante que o tal conhecido recebeu esses dados diretamente das fontes oficiais e autorizadas.

Pior não é o provável factóide em si, mas sim o descrédito nos órgãos públicos e nos veículos de comunicação. Ah! Isso sim pode gerar desordem e pânico!
Se as pessoas já estão confusas com afirmações polêmicas do próprio ministro Temporão (qualificando o adiamento das aulas de "disparate"), imagine só com uma informação preocupante como essa! Se não há confiança nos jornais, que, por sua vez, repassam as informações dos devidos órgãos, perde-se a referência. Ou seja, é cada um por si com a informação que lhe é de conhecimento.
Não seria demasiada irresponsabilidade mentir para uma população que definharia aos poucos frente ao avanço do vírus? Não seria mais fácil dizer a verdade, apesar de não ter todas as armas para combater a Gripe A?
Também não confio totalmente em órgãos públicos, mas não boto fé em correntes virtuais e rumores cotidianos que quase sempre ganham contornos de lenda urbana. Sou mais ler bastante sobre o assunto e me prevenir a fazer-me de esperto.

Para mim, é mais uma daquelas notícias difundidas por espíritos de porco (nada mais conveniente) ou por falastrões em busca de um certo status nos papos rotineiros de botequim. Essa busca do ineditismo da informação, porém, me força a traçar um paralelo com a queda da exigência do diploma de jornalista. Afinal, ouvi de um desses falastrões que "não precisa ser jornalista para saber que os rumores são verdadeiros".

Será?