domingo, 18 de outubro de 2009

Divagar devagar


É domingo e a noite é celére.
Meus audazes ensaios chegam menores a este quente ar dominical.
Não busco volume, extravagância. Quero escrever à ponto de driblar a sabedoria, essa santa ignorância. Ainda mais a popular, que teima em ulular.
Em conversas e conselhos, não suporto. Detesto os detentores de certezas.
O que quero, neste domingo casual, é uma bela e lenta divagação. Uma dose doce de liberdade mental. Não quero a cordialidade vã de um papo qualquer no qual, muitas vezes, notamos a presença da conhecida união de tolices pétreas.
Quero a noite decisiva de hoje para adentrar a segunda mais leve, sem pestanejar, sem hesitar.
Ainda mais agora que, mais coeso, busco transformar escritos em passos e não mais em longos textos. Afinal, já percebi que escritores fazem compilações desses pensamentos soltos nossos, esse mato que cresce nas rachaduras do concreto de nossos dias e saberes. E é isso que quero!
Não desejo escrever livros, mas sim escrever a vida em versos - e vice-versa.
Não desejo colecionar dias vivendo a vida, mas colecionar pensamentos vivendo-os.

Um comentário:

FalsoPrisonBlues disse...

Acho que a sua maneira de pensar, agir e viver, é a vontade de poucos: Muitos podem fingir essa vontade, mas poucos realmente perseguem isso. Apenas não votei em belíssimo o seu post, por não ter essa escolha. Um grande abraço irmão