sábado, 12 de dezembro de 2009



Tomou o jornal da mão do amigo e leu o anúncio de mais um stand up que seria apresentado na cidade. Pigarreou, irritado. Afinal, quem paga para rir? E de algo tão repetitivo?!
Estava velho, cheio de rancor e arrependimentos e detestava qualquer onda que surgisse. Tudo era melhor quando ele era mais jovem.
Para ele, humor era consequência de histórias acumuladas, mentes descontraídas criadoras de ditados e piadelas sagazes. Não essa balbúrdia mercadológica!
Pensou, então, de forma implicante, num motivo para sorrir. Percebeu, no mesmo instante, que não ria há tempos. Lembrando disso, gargalhou. Afinal, era bom demais rir da própria desgraça ao invés de rir da desgraça alheia contemporânea!

2 comentários:

Gui Barreto disse...

Ainda que a acumulação de histórias seja um bom (talvez o melhor) motivo para rirmos atualmente (diante de tanta besteira contemporânea), acredito que vale o humor humano, o humor irônico (propenso a ser negro por um triz) e não o debochado, o esculachado, o físico (como vemos em ZOrras Totais, Praças são Nossas (arrhh) e Shows dos Tons da vida)...eu quero formular minha conclusão sobre o que é engraçado ou não, e não engulir piada pronta...

Gui Barreto disse...

Depois de quase 15 minutos fuçando as postagens antigas e tentando decifrar as sombras do seu perfil ampliado, descobri que te conheço...hehehh...pensei que estivesse lidando com um anonimo...