Você está em mais um desses tradicionais estabelecimentos limpos e segura tranquilamente uma caixa de cervejas. Você quer apenas beber, mas antes precisa encarar uma fila e uma operadora de caixa lenta. E eis a questão.
Ela é serviçal - está nas entrelinhas -, mas você não quer pensar assim; deixa as entrelinhas pra lá. O jogo a obriga a ser serviçal, mas você quer vê-la como uma pessoa, mesmo estando com um péssimo humor.
Espera, espera e espera e ela não sabe que você vê no rosto dela que o dia não tem sido bom. Chega sua vez e ela insiste em não te olhar nos olhos. Aí você a esquece também e pensa nos seus problemas. Pensa em como começar, do nada, uma obra literária. Há um concurso, sabe? Um concurso que lhe publica, lhe dá uma bolada de 30 mil reais e nada mais para pensar por um bom tempo - o que todos querem, na verdade.
Você paga, sai, prapara-se para beber e conclui que é isso aí: somos um aglomerado de algo a espera de uma boa bolada para, enfim, não se preocupar com nada. Mesmo que a tal bolada demore uma vida inteira para cair em seu colo, ou exija muito trabalho e humor de sua parte.
Um comentário:
Aí você acorda novamente de seu devaneio e se vê bebendo em casa, sozinho. Talvez haja pessoas, mas não muda o fato de que você está sozinho. Então, sem ter o que fazer e refletindo sobre tudo isso que você construiu agora pouco, você entra em seu blog e escreve, sem hesitar, sem pensar no que está digitando. Simplesmente escreve, pois é isso que algumas pessoas simplesmente fazem. E após escrever e começar a ler um comentário que está te intrigando muito, já que ele aparenta estar continuando algo que JÁ acabou... Você percebe que na verdade é apenas um jeito diferente e comunicativo de alguém que te entendeu perguntar qual é esse concurso, pois essa pessoa que gostaria de ser anônima, sabe que você sabe quem ela é. Então chega de enrolar, e você poderia me passar um tweet de qual é esse concurso, por favor? :D
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