Eles não se conheceram, mas tinham em comum a vida boêmia, os cigarros fumados e as doses de uísque escorregados goela a baixo.
Além disso, claro, eram mulherengos confessos e jeitosos com as palavras - cada um à sua maneira.
Os estilos eram diferentes. Para alguns, inclusive, divergentes.
O brasileiro escrevia versos sutis. Era poeta e compositor de mão cheia.
O alemão, criado nos EUA, era bem mais agressivo. Seus contos e romances eram ácidos e diretos.
Ainda assim, porém, ambos praticavam e amavam suas respectivas artes. Vinicius era acessível, enquanto o velho Buk era irascível.
A distância entre os dois, então, pode ser entendida como um fio estendido, um espaço entre dois pólos humanamente possíveis: o chulo e o puro. E, mais do que isso: o amargo e o doce - duas maneiras possíveis de se dizer o mesmo.
Ah! E fisicamente?! Bem, talvez tenham lá alguma semelhança...
2 comentários:
Hehe, o negócio do Vinícius era mais a vodca, mas tudo bem.
Felipe, dizia Vinicius que "o uísque é o melhor amigo do homem. É o cachorro engarrafado".
Mas, sim, ele tinha várias bebidas de estimação. Inclusive a vodca.
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