quinta-feira, 14 de agosto de 2008

O País do Bronze

Irritado.
Essa é a palavra que me define ao conversar (seria a porra da palavra certa?) com brasileiros sabichões que definem o Brasil como país de merda ou classificam nossos atletas olímpicos como fracos e sem preparo.
Incluí a notícia na postagem passada devido a emoção que senti ao ouvir isso da boca do judoca brazuca:
"Demorei 10 anos pra passar pra faixa preta, porque não tinha dinheiro pra pagar a taxa da federação paulista. Mas tá bom, eu fiz o meu melhor e não tive competência pra vencer meu adversário. Queria pedir desculpas à minha família e dizer que vim representar meu país pra ganhar, ninguém vem pra perder. Agora é treinar porque ainda quero ganhar..."
Emocionei-me outra vez. Eu, numa derrota, sinto a mesma coisa. E, se você não viu nada demais, para de ler a postagem nesse exato momento. Afinal, ela irá se tornar uma ofensa dentro de alguns segundos e algumas linhas...

Hoje discuti feio com um desses bostas travestidos de pobres e sofridos. O cara veio me dizer que não existe razão pela qual torcer para o Brasil em Olimpíadas, pois não tem 'ninguém que preste com vergonha na cara' e que Bronze e Prata nem deveriam ser consideradas medalhas e não parou por aí.
Consegui calá-lo dentro de poucos minutos de debate e (falo sem tom arrogante algum) levei boa parte dos ouvintes comigo. O infeliz se reduziu a pó!
Tudo bem, é a minha opinião em combate com a do cara e isso pode até ser comum, mas se levarmos em conta a razão do patriotismo (o motivo que o faz torcer pela seleção de futebol em época de Copa do Mundo, por exemplo) perceberemos que essa questão se torna um tanto quanto embaraçosa e complicada. Aliás, gostaria de ouvir/ler alguém tentar me convencer que amor pela pátria não é natural de todos ser humano. Pau no meio do rabo de quem discorda. Afinal, devemos defender o que é nosso. E essa é a minha opinião. Ou seja, a defendo com unhas e dentes, assim como defendo minha pátria.
Essa questão, percebo, pode se estender se levarmos em conta outros tópicos que inevitavelmente surgiriam com o prolongamento do texto de hoje:
1)As razões sociais e psicológicas que levam um ser a não confiar/torcer pela sua pátria;
2)A liberdade evidente que todos têm para amar ou odiar seu país
3)A falta de interesse por outros esportes em terras tupiniquins
4)A super-valorização do primeiro lugar nos dias atuais
5)A mamação de saco dos americanos por parte dos brasileiros.

Ih, meu amigo, por aí vai... São muitos temas, muito pensamento de minha parte e pouco leitor/ouvinte capaz de discutir e debater. É, eu sei que meu blog nem bomba e ganhou em toda sua curta história 2 míseros comentários, mas como eu já disse e penso: 'O que importa é organizar e arquivar as idéias'.
Falando nisso, nesse vazio que insiste em perdurar aqui no blog, retomo o tema esporte e me delicio com um momento único ontem:
Eu, sozinho na sala, me postando de pé, torcendo pelo César Cielo na prova dos 100m livres, berrando palavras de incentivo pro cara que estava lá em Pequim e comemorando um Belo de um Bronze com gosto de Ouro. Eu, só mesmo eu pra fazer isso...
Mas uma coisa é certa: ele também estava sozinho lá quando deu aquelas braçadas e trouxe a medalha pra gente. Ele estava só e representou um povo inteiro. Então, já que esse povo não lhe dá a atenção merecida, essa vitória é dele e de mais ninguém.

Isso serve pra mim, eu sei. Oh! E como sei!

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