sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Nihil Verum Nisi Mors

Lá, no monte onde muitos paravam no meio de caminho, montavam uma barraca e diziam ser alpinistas experientes, uma constante névoa impedia uma visão com maior clareza.
Muitos, despreparados e exaustos, se alojavam junto desses anciões e, como eles, juravam poder ver do outro lado.
Outros, que se juntavam a estes, só clamavam por segurança e companhia. E ainda havia aqueles que se amontoavam ao redor por não ter aonde ir.
Porém, mesmo cheia de acampamentos, palacetes e fortes, a montanha continuava repleta de aventureiros cheios de conselhos e estratégias para alcançar o ponto mais alto. Uns só queriam aproveitar o que aquele lugar tivesse de melhor e não queriam ver além da neblina. Outros, saudosistas e otimistas, viviam em função de amar aquela montanha como se todos os segredos já tivessem sido descobertos e, por via das dúvidas, espalhavam suas conclusões ao vento e para quem quisesse ouvir.
Todos estes, mesmo os desnorteados e carentes, uma hora partiriam num galope incessante até o tão temido lugar mais alto. O que haveria depois? Todos queriam saber, mas poucos conseguiam responder sozinhos.
Talvez por isso, eles se entretinham por ali mesmo, com as respostas de seus sábios senhores.
Ainda assim, restava uma minoria pouco coesa nessa massa ávida por mais altos patamares. A estes, não cabia definir coisa alguma sobre aquela montanha, pois eles só queriam entender o que faziam todos os outros ali ocupados, chocando-se ou descansando naquele nevoeiro. Estes sabiam muito bem aonde ir, pois ali no alto de onde observavam todos, eles sabiam que só havia o topo como destino. E, a este topo, deviam pagar todo o tempo naquela montanha.

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