sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Memento Mori

Adriaen van Utrecht
Vanitas Still-Life with a Bouquet and a Skull
c. 1642 Oil on canvas, 67 x 86 cm
Coleção Privada
(referente ao trecho transcrito do livro na última postagem)

"Não Matem as Flores"(eu recomendo) é o livro que me fez perceber que a maior dor que a morte pode me dar se refere à uma pessoa bem próxima a mim. Foi por isso que chorei tanto ao lê-lo, pois seu conteúdo é belo, mas finito. Mostra a morte crua, separando amantes e familiares.
Porém, é cheio de amor e redenção também. E em cada linha da história há uma boa dose de intensidade e detalhsimo.
Além disso, contém referências de sobra que só me levam a afirmar que a todo momento podemos reconstruir a vida e também nós mesmos.
"Não Matem as Flores", o título, não significa somente uma súplica pela paz mundial (já tão desbotada), mas implica, principalmente num conjunto de detalhes belos que formam nossas vidas e que podemos destruir a qualquer momento. Já que esse é o ônus das nossas escolhas.
Detalhes, tudo envolve detalhes (que, no livro, me fascinaram tanto).
Foi assim que percebi meu ponto fraco:
As mesmas pessoas que dividiram belos momentos comigo, podem me deixar a qualquer momento. Deixar-me para trás, triste e sozinho. Só com lembranças.

No entanto, no livro há uma bela citação em relação a isso:
"Pois o que é o amor, senão lembranças?"(p.547)

Não posso mais ficar choroso e tristonho ao lembrar de Andréia Rosner e companhia, pois como também diz o livro:
"Todas as belas histórias verdaderias também são um pouco tristes."(p. 336)


É, deu pra perceber que a saudade e o sentimento de perda e vazio se foram.
O livro, enfim, deixou de ser uma chaga e se tornou uma lembrança que pode ser consultada sempre que o concreto e a fumaça quiserem me vencer.
Até breve!

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