terça-feira, 7 de outubro de 2008

Olhos Vendidos

Sim, vemos tudo diferente dos outros.
E olhos diferentes fazem com que cada um veja e um ponto diferente da superfície. Mas, e se todos vissem o mesmo ponto? Quantos mundos se perderiam? E pior: quantos olhos vendidos não valiam nem mesmo metade do pagamento (a vida ou parte dela)?

A pessoa nasce com mil possibilidades de mundo. Possibilidades que, quando consumidas, mostram o quanto aquela pessoa foi acossada e quão útil foi sua queima de vida.
Ela então olha para trás, para aquele rastro irregular e vê que, ao lado, haviam milhares de rastros também. Rastros iguais aos seus.
Ali, sozinho e moribundo, conclui que todos eram um só e, apesar dos mundos consumidos e das escolhas não consumadas, eram caminhos idênticos!
Era essa a conclusão que o abastecia. Era esse o pensamento pelo qual esperava.
Porém, intimamente, o indivíduo acaba sabendo que no fim nada restaria; tudo se dissiparia e toda essa similaridade com outrem não passaria de morfina para sua dor insuportável!

Veja só! Convergimos para o mesmo fim, mas não significa que trilhamos caminhos iguais!

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