Imagine-se num monte bem alto. Tão alto e inóspito que você só enxerga os próprios membros e a névoa.
Porém, o que você enxerga já basta para você fazer o que necessita fazer. E o frio, mesmo sendo intenso, revigora.
Lá em cima ninguém bebe de sua fonte e nada lhe desvia de si mesmo.
No questionamento sobre o quê me tornava tão perfeccionista, as conclusões foram várias.
A questão não era como me tornei tão exigente, pois esse caminho eu já havia trilhado.
Estou certo de que a formação do indivíduo passa por inúmeros meandros até desaguar no rio da vida e, assim, talvez siga até o oceano. Ou melhor, todos sonham com o oceano. Ó! E são tão poucos - maioria entre esses são os que não se adaptam às mudanças que algo tão grandioso pode trazer - que o alcançam!
No meu caso, tenho certeza que a exigência comigo mesmo veio do peso de aspirar algo grandioso na juventude. Afinal, todos nós já nascemos com esse peso. É patético, mas é verdade.
Eu cresci e - longe de desejar misturar meus caminhos com os seus - deixei de aspirar seja lá o que fosse conveniente para minha idade, sociedade ou época.
O peso deixou de ser o 'zeitgeist' e aqui estou eu, sozinho. E melhor.
É até engraçado observar tudo de uma ótica mais limpa e egoísta, pois os ensinamentos de OKJHRC (mais para frente revelo essa minha descoberta de um termo tão óbvio) não me afetam mais.
Beber de uma outra fonte é perigoso, mas é recompensador.
Sentir-se sozinho pode ser perturbador, mas é necessário.
Um comentário:
não gosto de me sentir sozinho.
associou bem ao frio. gostei.
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